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21
Fev

Wagner Gomes: Yoani Sánchez - Uma santinha do pau oco a soldo do imperialismo

Wagner Gomes: Yoani Sánchez - Uma santinha do pau oco a soldo do imperialismo

Bem que a blogueira cubana Yoani Sánchez tentou fugir, mas não conseguiu evitar as manifestações de protesto contra sua indesejável presença no Brasil ao chegar no aeroporto de Recife na madrugada desta segunda-feira, 17, e no de Salvador, por volta das 8h30. Bajulada pela mídia burguesa e partidos da direita neoliberal, a santinha do pau oco a soldo do imperialismo e da contrarrevolução em Cuba é uma persona no grata para as forças progressistas e os movimentos sociais brasileiros, sempre solidários com a Ilha socialista.

Beneficiada pela reforma migratória promovida por Raúl Castro, Sánchez iniciou pelo Brasil uma longa e certamente caríssima viagem de 80 dias pelo mundo. Pretende visitar mais de 10 países, em vários continentes, onde fará conferências contra o socialismo cubano e a favor de reformas neoliberais no país. Sua turnê é comparável a de um chefe de Estado ou artista famoso. “Os recursos dedicados a ela são impressionantes”, conforme notou o professor e ensaísta francês Salim Lamrani em artigo publicado no portal Opera Mundi (acesse a versão em português reproduzida pela Fundação Maurício Grabois).  

Ela promete passar por São Paulo no próximo dia 21, onde deve participar de palestra organizada pelo jornal “O Estado de São Paulo”. No México é convidada de honra da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), entidade que representa os interesses e a ideologia, neoliberal, dos monopólios mediáticos americanos.  Nos EUA, será recebida na redação do New York Times. Irá também à Argentina, Canadá, Peru, Espanha, Itália, Alemanha, República Checa, Países Baixos e Suíça.

Tendo em vista o modesto rendimento e estilo de vida dos cubanos, cabe indagar quem financia o requintado turismo. Nota Lamrani que “Sánchez não é uma opositora comum. Após viver dois anos na Suíça, decidiu voltar a Cuba e integrar o universo da dissidência. Em 1997, criou o blog Generación Y – traduzido para, pelo menos, 18 idiomas! –, no qual fustiga de modo virulento o sistema e o governo cubanos. Sua nova atividade tem sido coroada com êxito. No período de alguns anos, Sánchez recebeu diversas distinções, todas financeiramente remuneradas. No total, a blogueira recebeu uma remuneração de 250 mil euros, isto é, um montante equivalente a mais de 20 anos de salário mínimo em um país como a França, quinta potência mundial, e a 1.488 anos de salário mínimo em Cuba.”

“A isso”, acrescenta, “se soma o salário mensal de seis mil dólares concedido pela Sociedade Interamericana de Imprensa, que agrupa os grandes conglomerados midiáticos privados do continente, e que decidiu nomeá-la vice-presidente regional por Cuba de sua Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação. O jornal espanhol El País também decidiu nomeá-la correspondente em Havana, e lhe paga um bom salário.  O governo dos EUA, cujo objetivo abertamente expresso é uma mudança do regime em Cuba por meio do financiamento de uma oposição interna, fez de Yoani Sánchez sua prioridade. Considera, em documentos confidenciais publicados pelo Wikileaks, que ´Yoani Sánchez pode desempenhar um papel a longo prazo em uma Cuba pós-Castro´.”

A blogueira contrarrevolucionária manteve reuniões secretas com diplomatas estadunidenses e com a subsecretária de Estado do governo Obama, Bisa Willians, durante sua visita a Cuba em setembro de 2010. Embora se apresente (e seja apresentada pela mídia burguesa) como uma defensora das liberdades, dos direitos humanos e da democracia, Sánchez não é mais que uma peça da engrenagem imperialista dos Estados Unidos, uma mercenária ricamente financiada para panfletar a ideologia do império, caluniar o socialismo cubano e defender a restauração do capitalismo.

A cruzada ideológica iniciada por Sánchez no Brasil ocorre num contexto histórico marcado pela crise do capitalismo, o declínio econômico e político dos EUA e as iniciativas de governos progressistas das Américas do Sul e Latina por uma integração soberana e solidária da região. A Celac, presidida por Cuba e sem a presença dos EUA e Canadá, é sintomática da transição para um novo tempo que a maior potência imperialista do planeta quer deter e qualquer preço. A mercenária cubana é mensageira do retrocesso. Por isto, é incensada pela direita, seus partidos e sua mídia neoliberal e repudiada pelos representantes dos movimentos sociais e das forças progressistas.


Wagner Gomes é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

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