A CTB está preparando grandes manifestações para a
próxima terça-feira (03), em aeroportos das principais capitais brasileiras
para protestar, mais uma vez, contra o Projeto de Lei 4330/2004, que
regulamenta a terceirização.
O objetivo do protesto, organizado pela CTB, é alertar à população e aos
parlamentares sobre o riscos da aprovação da medida, que escancara a terceirização,
beneficiando empresários em detrimento dos interesses da classe trabalhadora.
A iniciativa da central visa fortalecer esse momento
de mobilização pelo qual passa o Brasil e alertar o Congresso Nacional e o
governo para a importância em se avançar rumo a um novo projeto de
desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho, para
superar os gigantescos e históricos problemas sociais que afetam o povo
brasileiro.
“A CTB orienta suas estaduais a realizarem uma série de manifestações, na
próxima terça-feira, em aeroportos das principais capitais brasileiras. Vamos
dar uma 'banana' para o PL da terceirização, exigindo seu engavetamento”,
afirmou Adilson Araújo, presidente nacional da CTB.
TST
vota contra PL 4330
Na última terça-feira (27), por unanimidade os ministros do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) se manifestaram contrários ao PL 4330, que dispõe sobre o
contrato de prestação de serviço a terceiros e as relações de trabalho dele
decorrentes.
No parecer, em uníssono, os ministros defendem que o Projeto esvazia o conceito constitucional e legal de categoria permitindo transformar a grande maioria de trabalhadores em simplesmente em 'prestadores de serviços' e não mais em 'bancários', 'metalúrgicos', 'comerciários', etc".
Ainda de acordo com o parecer do TST, "o PL autoriza a generalização plena e irrefreável da terceirização na economia e na sociedade, no âmbito privado e público, podendo atingir qualquer segmento ou profissionais".
Para os ministros o projeto negligencia e abandona os limites à terceirização já sedimentados no direito brasileiro, além de rebaixar drasticamente os salários. "O rebaixamento dramático da remuneração contratual de milhões de concidadãos, além de comprometer o bem estar individual e social, afetará fortemente, de maneira negativa, o mercado interno de trabalho e consumo, comprometendo um dos principais elementos de destaque no desenvolvimento do país", afirma o parecer.
Na opinião dos dirigentes da CTB, o parecer do TST só reforça o que os sindicalistas defendem há tempos: que o PL autoriza que os trabalhadores terceirizados sejam submetidos a salários baixíssimos e péssimas condições de trabalho, resultando na precarização, que agrava o problema da rotatividade.
Votação
Em tramitação no Congresso Nacional, o PL que deve
ser votado na próxima semana, determina somente a responsabilidade subsidiária
entre empresas contratante e contratada. Dessa forma, a contratante só responde
pelas obrigações trabalhistas da terceirizada, se esgotados todos os recursos
jurídicos.
Para os representantes dos trabalhadores, isso não é suficiente para
garantir que os terceirizados tenham seus direitos assegurados e defendem a
responsabilidade solidária, na qual a contratante assume as pendências deixadas
pela terceira.
Portal CTB