A crise econômica global, que causou prejuízos e obrigou a maioria das Empresas, principalmente as das áreas da mineração e da siderurgia, a rever custos e reduzir drasticamente sua lucratividade, penalizando os trabalhadores que foram chamados a arcar com os ônus e tiveram seus salários reduzidos e postos de trabalho cortados, foi danosa para a Vito Transportes, que fechou 2009 acumulando prejuízos superiores a R$ 9 milhões.
Com a retomada das atividades econômicas e, por conseqüência, da rentabilidade das Empresas, o Sindmineradores tem buscado, nas negociações das data-base, estabelecer um diálogo que obriga as Empresas a uma reflexão: Se na crise os trabalhadores foram sensíveis, tiveram seus salários achatados, a superação das dificuldades e a retomada da lucratividade deve premiá-los. Com esse espírito, o Sindmineradores buscou, nas negociações com A Vito Transportes, recuperar um pouco do muito que, ao longo dos anos e, principalmente nos dois últimos (2008 e 2009), foi negado aos trabalhadores. Na mesa de negociações, o Sindmineradores insistiu na defesa da tese de que é fundamental que a Empresa invista e valorize seus trabalhadores, não apenas na capacitação, mas recuperando o poder de compra dos salários e ampliando as conquistas sociais.
“A recuperação dos ativos e da rentabilidade da Empresa passa, necessariamente, pelo comprometimento dos seus trabalhadores”, insistiu Édio Pereira, presidente do Sindmineradores, acrescentando que os avanços conquistados nas negociações com Vito Transportes são frutos da mobilização da categoria e da nova estratégia de negociação da Entidade. “Claro que devemos considerar o clima econômico favorável, onde todas as empresas do setor estão ganhando muito dinheiro, porém sem luta nada conquistamos”, assevera.
De acordo com Édio pereira, a proposta acordada com a Vito Transportes e aprovada pelos trabalhadores em Assembléia Geral Extraordinária nesta sexta-feira, dia 14 de maio, foi uma das mais rápida e com certeza uma das mais vitoriosas dos últimos tempos.
Eis os números conquistados na mesa de negociações e que foi aprovado pelos trabalhadores:
- Reajuste Salarial de 8,67%, sendo 5,49% de zeramento do INPC do período e 3% de aumento real;
- Piso Salarial passou de R$ 510 para R$ 560,00, o que representa, para os 150 trabalhadores que ganham o piso, um reajuste de 9,80% (4% de aumento real);
- Reajuste dos salários dos 18 operadores de empilhadeira de R$ 546 para R$ 620,00, o que representa um reajuste de 13,53% (7,6% de aumento real);
- Reajuste da cesta básica - conquistada no último mês de fevereiro - de 19%, passando de R$ 42 para R$ 50,00;
- Implantação de gatilho para reajuste da cesta básica: ou seja, toda vez que a inflação da cesta ultrapassar 5%, o percentual será acrescentado ao seu valor.
- Concessão de abono salarial de R$ 120,00 para todos os trabalhadores;
- Como o beneficio do Adicional de Insalubridade não era concedido a todos os funcionários (120 não recebiam), ficou acordado, com base em perícia técnica realizada em todos os setores, a sua extinção e a consequente incorporação aos salários, à titulo de vantagem pessoal, de R$ 102,00 para todos os trabalhadores.
- Manutenção de todas as demais cláusulas e condições vigentes que não tenham sido modificadas pela presente proposta.