Mineradores e Empresas próximos ao impasse que pode levar à paralisações
Magnesita Refratários, Ibar Nordeste e Xilolite mantém uma postura absolutamente incompatível com o atual momento e sinalizam para o enfrentamento com seus trabalhadores.
As Empresas têm repetido o discurso ultrapassado de justificar dificuldades por conta da crise econômica global, cuja recuperação é flagrante, e apresentaram propostas totalmente fora da realidade e dos anseios dos trabalhadores. As propostas das Empresas também estão muito distante dos acordos que estão sendo celebrados à nível nacional.
O Sindmineradores não concorda com a postura das Empresas e não descarta o endurecimento das negociações. “Os trabalhadores já deram repetidas demonstrações de paciência e de disposição para dialogar, mas as Empresas parecem estar dispostas a incentivar uma queda de braços para ganhar pelo cansaço. Não vão conseguir. A posição adotada pelos refrataristas de Contagem, que rejeitaram por uma margem superior a 75% a proposta da Magnesita é um alerta. Esperamos que as Empresas revejam, imediatamente, a posição e que possamos evitar o confronto. De toda forma, os trabalhadores estão unidos em torno do Sindicato e se não houver um recuo das Empresas vamos lançar mãos dos instrumentos legais que dispomos para buscar o atendimento a nossas reivindicações e o respeito aos nosso direitos”, adverte Édio Pereira, presidente do Sindmineradores.
O que propuseram as Empresas:A Empresa apresentou a seguinte proposta: 5% de reajuste salarial, abono de R$ 450,00 e 90% do valor do salário nominal à título de PLR. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores em Assembléia Geral Extraordinária e deliberado que será aguardada uma nova proposta até esta sexta-feira (11). Se a Empresa não se manifestar já a partir de segunda-feira,14/11, serão iniciadas as paralisações relâmpagos.
Xilolite:A última proposta apresentada pela Empresa - 5% de reajuste salarial e R$ 600,00 em três parcelas (20 de dezembro, 20 de janeiro e 20 de fevereiro) já foi rejeitada pelos trabalhadores em Assembléia Geral Extraordinária. Ficou acertado que os trabalhadores vão aguardar até a próxima 5ª feira (17 de dezembro) para que a Empresa volte a mesa de negociações com uma nova proposta. Caso não ocorra, já a partir da sexta-feira, dia 18, serão iniciados os atrasos.
Magnesita:A Empresa continua demonstrando total falta de compromisso com os trabalhadores. A sua última proposta sequer será levada à Assembléia Geral Extraordinária, já que a exemplo do que aconteceu em Contagem, não tem a menor chance de ser aprovada. A proposta da Empresa - 5% de reajuste salarial para quem ganha até R$ 3 mil e um valor fixo de R$ 150,00 para salários acima deste teto, aumento do Ticket Alimentação de R$ 60,00 para R$ 63,00 e a redução da PRV de até 2 salários nominais para até 1,4 - além de estar muito distante do que reivindicam os trabalhadores ainda restringe conquistas como o Adicional por Tempo de Serviço, Adicional de Interinidade e Auxílio Doença, entre outros.
De acordo com o presidente do Sindmineradores, Édio Pereira, a proposta é absurda, principalmente se for levado em conta que a Empresa não só retomou suas vendas como já admite, publicamente, estar “indo às compras”, conforme matéria publicada no Jornal Estado de Minas, no último dia 4 de dezembro.
“A Magnesita tem insistido em massacrar os trabalhadores. Como a proposta apresentada não tem a mínima chance de ser aprovada, fizemos contato com a Empresa solicitando que reavaliasse a proposta apresentada, em face também da posição adotada pelos trabalhadores de Contagem, quando 75% rejeitaram a proposta. Diante disso, suspendemos a convocação para Assembléia que seria realizada nesta sexta-feira, 11/12, até que a Empresa volte a se posicionar”, afirmou o presidente, lembrando que os trabalhadores se mantém mobilizados e unidos em torno do sindicato.