Assessoria de Comunicação
Sindicato dos Mineradores de Brumado
Aconteceu nas dependências do Clube mais uma assembléia dos trabalhadores da Magnesita S.A, os quais compareceram em massa, para ouvir a exposição do Sindicato e as medidas que deverão ser tomadas para forçar a empresa a apresentar uma proposta aceitável.
Em clima de grande ansiedade os trabalhadores ouviram as propostas apresentada pela Magnesita,5% de reajuste para os salários até R$ 3000,00 e acima deste valor um fixo de 150,00, aumento do tícket dos atuais 60,00 para 63,00 e restrições no ATS, H.Extra etc, sendo que depois de uma ampla discussão a proposta foi submetida a votação e foi rejeitada por ampla maioria (138 votos contra, 43 a favor, tendo 05 abstenções.
O presidente do Sindmine, Édio Pereira, fez questão de salientar em sua explanação que “a Magnesita é uma referência negativa, quando se trata de aumento salarial, pois, por ser uma empresa de grande porte, influencia diretamente as outras que atuam no setor, por isso, nós do Sindicato, temos que adotar uma linha dura, não que sejamos radicais, muito longe disso, mas temos que defender os direitos de nossos associados que estão recebendo uma proposta muito aquém das reais possibilidades da empresa”.
Pereira ainda salientou que “a proposta oferecida pela empresa representa apenas 0,5% de aumento real, quando a média a nível nacional gira em torno de 1,8%, então não podemos tolerar um aumento tão fora da realidade propostob pela empresa, não é questão de radicalismo, é questão de coerência, pois houve uma retomada fenomenal da produção e a empresa está a todo vapor e a projeção é a mais positiva possível”.
O vice-presidente José Santana de Andrade também fez questão de lembrar aos trabalhadores que “o Sindicato quer, apenas, que a empresa seja coerente, que apresente uma proposta de aumento salarial melhor, pois essa realmente está muito abaixo das nossas expectativas”. Ele ainda argumenta “temos consciência de onde podemos chegar, por exemplo, em Belo Horizonte, a proposta está sendo ridicularizada, aqui também nós não podemos baixar a cabeça e aceitar ‘guela a baixo’ uma proposta que sabemos que poderá ser melhorada, como eu já disse é questão de sensatez, é questão de bom senso”.
Um fato que foi tido como forte referencial para a rejeição da proposta foi o aumento no ticket refeição de apenas R$ 3,00, ou seja, dos atuais 60,00 para 63,00, o que foi considerado uma afronta aos trabalhadores. “É inadmissível um aumento como esse no ticket, não podemos aceitar, de forma nenhuma, isso, que podemos qualificar como uma afronta”, ressaltaram.
O Sindicato, através de sua diretoria, orientou os trabalhadores a rejeitarem a proposta da empresa e apresentar uma contra-proposta baseada na coerência e sensatez. “Nós apresentamos uma contra-proposta a empresa bastante factível com aumento real de apenas 1,05%, quando a média nacional está em 1,8%, então não existe radicalismo por parte do Sindicato. Em relação ao ticket alimentação, propomos um aumento de 15 reais, então o mesmo iria de R$ 60,00 para R$ 75,00. Também pleiteamos que PRV, fosse de 1,5 salários nominais, com o pagamento no final de fevereiro, e não no final de maio como a empresa está propondo e para finalizar queremos que a empresa desista da idéia de impor restrições em conquistas que estão em vigor a ex. do ATS, interinidade e horas extras. Nossa proposta é completamente plausível e acreditamos que caso a empresa seja coerente e flexível chegaremos a um acordo ”, registrou o vice presidente José Santana.
No final da explanação, de forma muito democrática, os diretores orientaram os trabalhadores a rejeitar a proposta, o que acabou se confirmando pela expressiva votação de 138 votos contra e, apenas, 43 a favor, o que representa uma expressiva maioria de cerca de 70%.
Os trabalhadores deram um prazo a empresa até a próxima quinta-feira (24/12), se até lá não houver nenhum posicionamento da Magnesita quanto à aceitação da contra-proposta, os trabalhadores iniciarão as paralisações relâmpagos até que as suas reivindicações sejam atendidas.
“Infelizmente, teremos que tomar essa posição, mas acreditamos que a empresa se sensibilizará e vai atender os nossos pleitos e aí poderemos terminar esse ano com o sentimento do dever cumprido”, finalizou o presidente Édio Pereira.